Os motoristas de Sergipe começam a semana ouvindo que vai pagar mais caro (de novo) pelos combustíveis na capital e no interior. Os combustíveis já estão custando 10% mais caro na refinaria Acelen que detém o monopólio da venda do diesel e da gasolina para as distribuidoras dos estados da Bahia e Sergipe.

A gasolina e o diesel consumidos pelos veículos sergipanos vêm da Refinaria Acelen – antiga Landulfo Alves primeira refinaria de petróleo do Brasil – localizada em São Francisco do Conde, a 80 quilômetros de Salvador e a 320 quilômetros de Aracaju.

A gasolina tipo A foi reajustada em R$ 0,15 no preço por litro e o Diesel em R$ 0,56. Este é o sexto reajuste do ano, nos preços da gasolina e do diesel. Como os postos não compram direto da refinaria e sim das distribuidoras, o novo preço dos combustíveis em Aracaju – por exemplo – vai chegar ás bombas assim que que zerar os estoques com o preço anterior.

Sergipe e Bahia paga, em média 10% mais caro pelo diesel e pela gasolina comprada na Acelen – a refinaria baiana -, do que outros estados do nordeste, como Alagoas, Pernambuco e Maranhão.

“Lá ela tem concorrência. Se lá ela tem concorrência, ela pratica um preço para ganhar o mercado. Aqui [na Bahia], ela não tem concorrência”, explicou Marcelo Travassos, secretário executivo do Sindicombustíveis-BA, falando ao site Brasil de Fato. Para ele, a empresa pratica um preço dissociado da posição que uma operadora de uma refinaria teria que observar do ponto de vista social e econômico.

O preço da gasolina para descarga em terminais marítimos é geralmente mais baixo do que o para entrega por dutos. Isso é verificado na tabela de preços do combustível da Petrobras. Na estatal, a diferença é de cerca de 1% dependendo da forma de entrega.

Na Acelen, contudo, a diferença é dez vezes maior. Isso gera queixas de distribuidores de combustível,  já que o combustível produzido no estado consegue ser transportado para Pernambuco, por exemplo, e ainda sair bem mais barato que em estados como Bahia e Sergipe.

O Sindiombustíveis-BA já denunciou a Acelen ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por sua política de preços.

Com informações do Brasil de Fato